No dia 27 de novembro, as turmas A e D do 7.º ano, no âmbito da participação da escola no projeto "Floresta Parceira - Do Jurássico ao Antropoceno", participaram na visita de estudo ao Monumento Natural das Pegadas de Dinossaurios na Serra de Aire - MNPD, tradicionalmente conhecida pela "Pedreira do Galinha". Este projeto tem o apoio das técnicas do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas - ICNF, da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo- CIMT, do Projeto Clube Ciência Viva na Escola, das disciplinas de Físico-Química, Ciências Naturais e Cidadania e Desenvolvimento.
Os alunos evidenciaram uma certa euforia, pois significava uma
saída da escola, viagem de autocarro e a todos tinha sido solicitado que
levassem uma garrafa de plástico, estando curiosos para saber o que iriam fazer
com ela.
Na chegada ao MNPD fomos recebidos pelo Hildegardo Granjo
que nos apresentou as técnicas, uma bióloga e outra geóloga do ICNF. E que
reiterou aos alunos e professores que no âmbito desta visita nos
comprometeríamos a sermos "Embaixadores Verdes", que iríamos não só
semear, mas também cuidar das sementes, da sua germinação e posterior cultivo
neste parque. Um projeto pioneiro com a duração de um ano, pelo menos.
De seguida, foi a vez da bióloga Sofia Quaresma alertar para a
importância das plantas e animais autóctones, pois são as que existem desde
sempre, estão habituadas ao nosso clima, e é nestas plantas que devemos
investir. Mostrou exemplos, como Cycas, Auracardeas, Azinheira, Carvalho
português, Roseira brava... Plantas autóctones e que precisam de pouca água.
Foi
tempo de cortar a parte de cima da garrafa e transformá-la em vaso. Depois de
enchida com terra, havia que escolher a semente. As bolotas de carvalho e
azinheira foram as mais escolhidas, e com a certeza de serem boas sementes,
pois antes houve o cuidado de as colocar em água, e as que ficavam a boiar,
porque tinham muito ar, não eram boas para semear. Saliente-se que a bolota
tem de ser colocada na horizontal e no topo da garrafa, para ter espaço
suficiente para a raiz crescer à vontade. Como referiu a bióloga, estas
"sementes não têm pernas nem cérebro, mas têm estratégia". Os
"vasos" com as sementes depois foram levados para a escola, onde vão
ter de ser regados todas as semanas e a sua germinação alvo de registo numa
tabela. Em março de 2024, as técnicas do ICNF vão fazer uma visita à escola
para tomarem conhecimento da taxa de germinação. Em novembro de 2024, as
plantas germinadas vão ser plantadas no MNPD.
A sessão não terminou sem antes a bióloga Sofia Quaresma alertar
não só para a importância, mas também para a necessidade de semear novas
plantas. Acrescentando-se que somos o país da Europa com mais área ardida.
Urge reflorestar a nossa floresta. A floresta não se compra. Tem de se
semear, deixar crescer, crescer, até chegar a plantas adultas, e isto demora
muito tempo.
Depois passamos para a área da geologia e fomos presenteados com a
presença de um dinossáurio que nos acompanhou ao trilho das pegadas. Foi um momento
de viagem ao Mesozóico e ao tempo dos grandes dinossáurios que por aqui
passeavam, no lodo do oceano, pela geóloga Lia Mergulhão.
Daqui seguimos para o "Jardim do Jurássico", com
vegetação do Mesozoicos e rochas do Jurássico, com uma vegetação alta e sem
gramíneas. Aqui os alunos tiveram a oportunidade de plantar algumas Cycas.
Finalmente, seguimos para uma sala onde visionamos um filme sobre
o parque natural da Serra de Aire e Candeeiros.
No final, foi tempo de regressar à escola, com muita certeza que foram aulas ao vivo onde se aprendeu muito sobre a nossa floresta e a necessidade de a proteger. Até março de 2024.
As docentes: Ana Rodrigues, Carla Bernardino; Mª João Costa e Telma Gonçalves